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Nível da maré: entenda sua influência na navegação

O nível da maré já te fez mudar um passeio de barco de última hora? Para quem navega, pesca ou simplesmente quer aproveitar a praia, não conhecer as variações da maré é como dirigir sem saber se a estrada está aberta ou bloqueada.
O Serviço Hidrográfico da Marinha do Brasil (DHN) mantém redes de marégrafos que registram altura da maré, amplitude e horários, ajudando a evitar esses imprevistos.
Neste artigo, você vai entender:
- o que faz o nível da maré subir ou descer
- como interpretar as previsões
- quais cuidados tomar em diferentes cenários
- como planejar suas atividades para aproveitar o mar no momento certo
Quer evitar surpresas e transformar cada saída em um acerto de rota? Então, continue lendo e descubra como decifrar o nível da maré!
O que é o nível da maré?
O nível da maré é a altura do mar em relação a um ponto de referência, normalmente a média do nível do oceano.
Tipos de marés
Os tipos de marés são definidos pelo valor da altura da água e pela fase da Lua. Considerando a altura, existem dois momentos principais no ciclo:
- Maré alta (preia-mar): quando a água atinge seu ponto mais elevado. Nas tabelas de marés, aparece em azul.
- Maré baixa (baixa-mar ou vazante): quando a água chega ao ponto mínimo. Nas tabelas, aparece em vermelho.
Em geral, acontecem duas marés altas e duas marés baixas por dia. Isso ocorre porque a Lua atrai a água do lado da Terra voltado para ela e, ao mesmo tempo, provoca elevação no lado oposto.
O intervalo para que a Lua retorne à mesma posição em relação à Terra é chamado de dia lunar e dura 24 horas, 50 minutos e 28 segundos.
Segundo a fase da Lua, as marés se dividem em:
- Marés vivas (sicígia): ocorrem nas fases de lua cheia e lua nova, quando Lua e Sol estão alinhados, somando seus efeitos. O resultado é um nível da maré mais alto, com maior amplitude.
- Marés mortas (quadratura): acontecem nas fases de quarto crescente e quarto minguante, quando os efeitos da Lua e do Sol se opõem, gerando menor amplitude e um nível da maré mais estável.
Como a maré é influenciada pela Lua e pelo Sol?
O nível da maré é resultado da força gravitacional que a Lua e o Sol exercem sobre os oceanos, somada à rotação da Terra.
A Lua tem influência maior porque está mais próxima, enquanto o Sol, apesar de muito mais massivo, está distante demais para gerar o mesmo efeito.
A atração da Lua puxa a água do oceano, formando uma elevação na sua direção. No lado oposto do planeta, a força centrípeta causada pela rotação da Terra cria outra elevação semelhante. Assim, surgem dois pontos de maré alta ao mesmo tempo.
O Sol também provoca elevações, mas com metade da intensidade da Lua. Quando os alinhamentos entre Lua, Sol e Terra favorecem a combinação dessas forças, as marés ficam mais intensas.
Conforme a Terra gira, essas elevações se deslocam pelos oceanos, criando o movimento cíclico que altera o nível da maré nas praias ao longo do dia.

Como prever o nível da maré em tempo real?
O nível da maré é previsto e acompanhado com o uso de marégrafos, aparelhos que registram as variações da coluna de água ao longo do dia. Esses dados permitem saber, quase no instante em que ocorrem, quando a maré está subindo ou descendo.
Existem dois tipos principais: o marégrafo flutuador e o de pressão. O primeiro é usado em águas rasas, como portos e diques.
Ele funciona como uma boia que se movimenta conforme o mar sobe ou desce. Já o marégrafo de pressão, instalado em alto-mar, calcula o peso da água acima dele para identificar mudanças na profundidade.
Essas medições mostram desde o preia-mar até a baixa-mar.
Aplicativos e sites confiáveis para consultar a maré
Para saber o nível da maré com precisão, duas fontes são referência: o aplicativo Nautide e o site da Marinha do Brasil. O Nautide, disponível para iOS e Android, reúne dados sobre marés, vento e ondas, além de permitir busca por GPS e uso offline.
Já a Marinha do Brasil publica as tabelas oficiais, com horários e alturas previstas para diferentes portos e regiões do país.
Na tábua de maré, alturas abaixo de 0,5 metro costumam indicar maré baixa, quando a faixa de areia está mais exposta e o acesso a áreas rasas é maior.
Já valores acima de 2 metros indicam maré alta, momento em que o mar avança sobre a praia e o espaço na areia diminui.
Essas informações ajudam a definir o melhor horário para passeios de lancha, pesca ou até caminhadas na praia.
Principais efeitos da maré em canais, rios e baías
O nível da maré provoca mudanças constantes no volume e na movimentação da água em canais, rios e baías. Essas variações impactam a navegação, o transporte de sedimentos e a dinâmica natural desses ambientes.
Nos rios próximos à foz, a maré avança rio acima, altera o fluxo e mistura água doce e salgada. Em canais, estreita ou amplia o fluxo, influenciando o trânsito de embarcações.
Em baías com formato de funil, grandes variações aumentam a força das correntes, que causam erosão, acúmulo de sedimentos e mudanças no fundo.
As marés também influenciam salinidade, oxigenação e oferta de nutrientes, impactando plantas, animais e a biodiversidade local.
Marés altas podem provocar inundações e, junto às correntes, erosão das margens. Ventos e clima modificam essas variações, dificultando a navegação e o equilíbrio natural. Por isso, acompanhar o nível da maré é essencial para atividades nesses ambientes.

Por que é importante acompanhar a previsão da maré antes de navegar?
Saber as horas das marés é fundamental antes de sair para o mar. Isso porque as variações cíclicas alteram o nível da água, o que afeta a profundidade e as correntes.
Durante a maré baixa, áreas que parecem navegáveis podem ficar rasas demais, aumentando o risco de encalhes e colisões com bancos de areia ou recifes.
Já as correntes geradas pela maré podem ajudar ou atrapalhar o trajeto. Conhecer o horário e a força dessas correntes evita surpresas e permite seguir o caminho planejado.
Além disso, em portos e canais, a maré alta facilita a entrada e saída das embarcações. Na maré baixa, as manobras ficam mais difíceis e arriscadas. Por isso, consultar as horas das marés ajuda a escolher o melhor momento para essas operações.
Planejar a navegação com base na tábua de marés também melhora a eficiência do percurso. Navegar aproveitando a maré a favor reduz o consumo de combustível e o tempo gasto no trajeto.
Em locais com piscinas naturais, como no Nordeste, a tábua indica os melhores horários para aproveitar essas formações, geralmente na vazante.
Cuidados essenciais com maré em regiões rasas
Em regiões rasas, conhecer o local é o primeiro passo. Busque informações na marina mais próxima, com pilotos experientes ou em fontes online confiáveis.
A escolha da embarcação também faz diferença. Prefira modelos com baixo calado e, em locais muito rasos, dê prioridade a motores de popa, que permitem levantar o conjunto inteiro para evitar contato com o fundo.
Evite quilhas longas, comuns em veleiros, pois dificultam a passagem em áreas de pouca profundidade.
Durante a navegação, mantenha velocidade reduzida. Assim, é possível perceber mudanças na coloração da água e obstáculos submersos com mais facilidade.
Por fim, o uso do sonar ajuda a monitorar a profundidade em tempo real.
Atenção: Rios e lagos sem carta náutica exigem atenção redobrada, pois podem ter galhos, troncos e áreas de preservação não sinalizadas.
Qual a melhor maré para navegação?
A melhor maré para navegar varia conforme o tipo de embarcação e o local, mas, em geral, a preia-mar facilita o percurso.
Em áreas com bancos de areia ou canais estreitos, a maré alta garante mais profundidade, diminuindo as chances de encalhe. Isso é especialmente útil para barcos com calado maior, que precisam de mais espaço abaixo da quilha.
Já a vazante pode favorecer atividades diferentes, como a exploração de áreas costeiras e o mergulho.

Nível da maré e atracação de embarcações
O nível da maré influencia como os barcos devem ser atracados. Durante a maré alta, há mais água sob a embarcação, o que facilita a aproximação ao cais. No entanto, as correntes costumam ser mais fortes, e isso exige cuidado redobrado nas manobras.
Já na maré baixa, o risco de encalhe aumenta, pois a água recua e áreas de areia ou lama ficam expostas, tornando a atracação mais delicada.
Para uma boa manobrabilidade em diferentes condições de maré, considere as seguintes orientações:
- Na maré alta, aproxime-se lentamente, posicione o barco paralelo ao cais e use defensas para evitar danos.
- Prepare as amarras para acomodar as mudanças no nível da água.
- Na maré baixa, aproxime-se com cuidado, observando possíveis detritos submersos.
- Ajuste as linhas para serem longas o suficiente para a oscilação da água, evitando que o barco fique preso ou bata no cais.
- Durante marés enchentes, fique atento às variações do nível da água, que podem movimentar o barco.
- Na maré vazante, aproxime-se em ângulo e use a marcha ré para controlar a velocidade.
- Utilize cabos de mola para limitar o movimento do barco causado pelas variações das correntes.
Essas medidas ajudam a manter a embarcação estável e previnem danos ao casco, mesmo com as mudanças no nível da maré.
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Conclusão
O nível da maré é um fator que molda toda a experiência no mar, desde a escolha do melhor horário para navegar até a forma como a embarcação será atracada.
Entender como a Lua, o Sol e as condições meteorológicas influenciam essas variações é o que permite transformar previsões em decisões certeiras na hora de planejar passeios, pescarias e atividades costeiras.
Ao longo do texto, vimos como interpretar tabelas e previsões, usar aplicativos para acompanhar as marés em tempo real e adotar cuidados específicos em regiões rasas.
Também exploramos as diferenças entre maré alta e maré baixa, seus impactos na navegação e os ajustes necessários para atracar com segurança em qualquer condição.
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